terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

- A repercussão das raves na mídia -

Ao que tudo indica as raves parecem ter definitivamente ter saído do underground para cair na mídia. Desde o dia 13/02/05 com uma matéria sobre as raves apresentada no programa Domingo Espetacular da Rede Record, a palavra “rave” teve seu significado distorcido e a cena sofreu um certo tremor (lembram da matéria da Globo em 2002 depois do Celebra Brasil 2??).A reportagem de formato tendencioso, dizia que essas festas eram locais de pura libertinagem juvenil, onde as drogas e sexo rolam livremente, sem qualquer intervenção ou fiscalização por parte de autoridades. O que a rede Record fez foi apenas mostrar os aspectos negativos dessas festas e que com certeza não se limitam somente a estas e sim a quase todos os locais de diversão, sejam eles pagodes, micaretas, boates ou até mesmo inofensivos churrascos, isso sem contar o carnaval, que é o maior festival sazonal, aparecendo em todas as emissoras de tv e ocorre em todas as cidades brasileiras. Com textos sensacionalistas como "o amanhecer da rave tem cheiro de maconha” e depoimentos de ex-viciados que freqüentavam raves, a reportagem teve a intenção de desmoralizar um tipo de festa onde existem pessoas e empresas sérias trabalhando e tem patrocínio de grandes empresas, generalizando inclusive que todos que freqüentam e produzem são usuárias ou tolerantes ao uso de drogas. Em um dos principais veículos de divulgação e troca de idéias sobre raves na Internet no Brasil, o Orkut, esse golpe foi sentido. A repercussão causou a apreensão e revolta das pessoas que estão cadastradas em várias comunidades que tratam do assunto...
Um grande problema gerado por esse tipo de reportagem é a impressão criada de que as raves são eventos que giram em torno das drogas, marginalizando os freqüentadores de raves como usuários. A verdade é que, a grande maioria das pessoas freqüentam as raves por gostarem do som, para encontrar os amigos, por apreciarem a vibe desse tipo de festa e/ou por se sentirem parte daquela cena. A reportagem deixou muitos pais de cabelo em pé e muitos jovens inocentes de qualquer acusação estão sendo proibidos de ir a raves. Mas ai vem a pergunta pertinente do momento e que a mídia ainda não quis explorar, talvez por falta de interesse ou por que não dá ibope: onde esta o contra-ponto? Em nenhum momento foi mencionado que nas raves a ocorrência de brigas é minúscula e muitas vezes nula, ou então onde até a mais reprimida das pessoas consegue se soltar e fazer amigos, onde as boas e grandes organizações conseguem trazer artistas de excelente qualidade, onde há o contato com a natureza, onde há festas que conseguem mobilizar pessoas do Brasil inteiro? Quando se quer obter ibope, usa-se o sensacionalismo e generalizam os fatos para denegrir a imagem destas. Os aspectos positivos são deixados de lado, são desinteressantes para o público em geral, e por isso não geraria a audiência pretendida. Estaria sendo hipócrita em dizer que não há drogas em raves, assim como existem em colégios, empresas e até mesmo em instituições do governo... afinal aonde não há??
Outro ponto importante a ser ressaltado, é que como festas relativamente caras, as raves são freqüentadas geralmente por pessoas de classe média e alta, que trabalham, estudam, fazem faculdades, tem metas e planos de vida e não por um bando de perdidos em busca da próxima dose, como apregoou a dita reportagem.

É lamentavel isto...+ estamos aqui para defender "com unhas e dentes" essas festas que todos nós tanto gostamos!!!

Manifesto Trance

Escolhemos o êxtase como estado emocional...
Escolhemos o amor como nutriente...
Escolhemos a tecnologia como vício...
Escolhemos a música como religião...
Escolhemos o conhecimento como moeda...
E não escolhemos nada como política...
Escolhemos a utopia como sociedade, ainda que saibamos que nunca acontecerá...
Você pode nos odiar...Você pode nos ignorar...
Você pode não nos entender...Você pode nem mesmo saber da nossa existência...
Nós apenas esperamos que você não se importe em julgar-nos...
Porque nós nunca julgaremos você...
Nós não somos criminosos...Nós não somos desiludidos...
Nós não somos viciados em drogas...
Nós não somos crianças ingênuas...
Nós somos uma massa, uma aldeia tribal global que transcende as leis feitas pelo homem, a física, a geografia e o próprio tempo...
Nós somos A Massa...Uma Massa!!
No princípio fomos tragados pelo som vindo de longe, trovejando, abafado,ecoando uma batida comparada com o coração de uma mãe acalmando uma criança em seu útero de concreto, metal e fios elétricos!



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FONTE: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=4771259

- CHACOTA - >>> existe mesmo????

Ao contrário de outros ritmos como o Rock, Jazz ou até mesmo a música clássica, na música eletrônica criou-se uma espécie de repúdio à criação e consagração de “clássicos”. Percebe-se nesse meio, que pouquíssimas músicas conseguem se consagrar como Hits e depois não caiem no jargão de obsoletas, fora de moda, easy listening ou simples e grosseiramente “chacota”. Esse termo muito usado pelo pessoal que freqüenta raves, e que no dicionário esta descrito como zombaria, está associado a músicas de apelo mais comercial, tocada muitas vezes e que vira uma opção fácil para o dj que quer levantar e agitar a pista. Mas afinal que tipo de zombaria é essa?? Seria o Dj que esta zombando dos ouvidos alheios com aquela música?? Seria a música em si uma baboseira?? Ou seria na verdade uma crítica vazia à uma grande produção que com sucesso conquistou o gosto da maioria??? O Psytrance criou uma certa aura mística em torno de si, tornando-se uma entidade além da música que de fato é, e com isso criaram-se protetores e guardiões do seu “segredo”, agora ainda mais empenhados a não deixar este espalhar-se aos simples mortais. Agora que o Psy esta deixando de pertencer ao underground e ascendendo ao status Pop, os “guardiões” criaram mecanismos de defesa para segregarem-se das pessoas que caíram de “para-quedas” na cena. O termo “Chacota” é usado como um dos mecanismos com esse fim, pois ele mostra um certo eruditismo por parte dos guardiões que entendem e conhecem artistas além dos mais famosos, e usam o termo a vontade, e com isso se julgam ter mais direito de estarem dentro da cena do que o restante. Dentro de uma rave é feio falar que você gosta de músicas como “ I wish” e “Cities of future” grandes hits do Infected Mushroom, sem falar de músicas com guitarra, como as do Skazi – que levantam a pista assim que começam a tocar, e por isso são chacotas!!, com o perigo de você ser taxado como um “para-quedista” ou uma pessoa que esta ali simplesmente por modismo e isso de fato chateia as pessoas que gostam de raves, pois é ruim ser tratado como um leigo, e ser discriminado por isso, no que você mais gosta. Mas os “guardiões” se esquecem que um dia já foram para-quedistas e que já gostaram da chacota (as vezes até tocando, no caso daqueles que tem dom para isso)!! Ainda pior é o fato dos mais novos (até um ano e meio de raves), aterrorizados com essa assombração, são obrigados a se fingir de entendidos e rotular, junto com os guardiões, músicas, djs, produtores e pessoas de “chacota”, “chacoteiro” e “paraquedistas” ou “perdidos” (mas em suas mentes curtem e acompanham a letra “i want to know you... better than i know myself... ... ... ... i want to feel the end...” E se continuarmos a concordar com isso, o fim chegará mesmo... Isso é de assustar, e está se espalhando como um vírus, e está deixando toda a cena psytrance doente. Estes não vão mais para as festas com o intuito e espírito de se divertir (objetivo de ir numa festa, e pagar por isso), mas sim de analisá-la fria e meticulosamente sob os aspectos artísticos e organizacionais, para poder ficar comentando depois. Skazi é apontado como o maior dos chacoteiros por grande parte dos entendidos, pois possui um estilo que mistura o Heavy metal com o Psytrance, mistura que forma um mosaico musical muito fácil de digerir para grande parte das pessoas, e isso a torna chacota. Infected Mushroom, que até um ou dois anos atrás era do gosto de todos, também começa a ser chacota para os entendidos... Vamos transpor esse quadro para o Rock. Podemos dizer que os maiores chacoteiros do rock são os Beatles, pois grande parte de suas músicas são repertório de bandas cover e seus hits estão sendo tocados à exaustão a mais de 40 anos. Com os Beatles (que já não são mais hits, e sim clássicos) o rock cresceu, se popularizou, inovou e evoluiu e a evolução é um processo importante para a permanência, e sem a evolução, o estilo acaba cansando e pende para a decadência. Não há maior chacoteiro do que Vivaldi ou Bethoveen, que mesmo depois de mais de 200 anos de suas mortes, suas músicas e suítes ainda são motivos para atrair pessoas a uma sala de espetáculos. Então é importante que artistas como Infected Mushroom, Astrix, GMS, Skazi, entre outros criem as “chacotas” (termo que a esta altura, o leitor já sabe que não concordamos o porque deste termo existir) para que esse ritmo evolua e continue sempre a nos proporcionar o prazer que ele dá. É preciso ressaltar também, que a “chacota” é um ponto positivo para a cena psytrance, pois com a ajuda dela, a cena tem a chance de se estruturar melhor, os artistas podem começar a sonhar em viver do que gostam de fazer, e assim produzem novas músicas, e assim a cena cresce e se recicla, e assim... e assim.. e assim... É perfeitamente possível que o underground pode correr em paralelo com o mainstream, mas sempre alguma coisa tentou se manter no underground houve fracasso. Uma hora as pessoas enxergam que é preciso ganhar dinheiro viver a vida e acabam desistindo de fazer algo que lhes tomaria muito tempo e que não lhe da rendimento. Nem tudo é festa nesse mundo, e para que haja festa, muitos tem que TRABALHAR. O caso ocorrido no último Sábado, dia 12 de março, durante o Big Brother Brasil onde o dj Rica Amaral tocou para o pessoal confinado na casa ilustra esse caso. Em diversas comunidades do Orkut e fóruns de raves e psytrance (inclusive neste site), Rica Amaral foi “apedrejado” por diversas pessoas (mas também apoiado por outras tantas), dizendo que ele trouxe a Rave para o comercial, que ele esta desestruturando a cena, que esse é o começo do fim da cena Trance, que ele é “chacoteiro”, e em comunidades sem controle houve apelo até para xingamentos, não merecendo espaço nessa matéria. Porém se não fosse o “chacoteiro” Rica Amaral, provavelmente não estaríamos vivenciando com intensidade essa cena (onde hoje pode-se escolher onde quer ir, optando por festivais, raves ou mesmo pvts, com variedade de artistas e qualidade de produção de eventos), pois pode-se dizer que o conceito de rave trance, foi trazido por ele ao Brasil, junto com o Dj Feio. Se a XXXperience é hoje a mais popular rave do Brasil, é porque ela foi a primeira explorar organizadamente esse conceito e sem isso hoje provavelmente estariam acontecendo apenas privates freqüentadas por poucas pessoas. Que mal há em transformar algo que você gosta e se diverte em trabalho organizado que diverte o público??? O gosto pessoal de cada um é direito sagrado e deve ser respeitado, sendo assim cada um tem o direito de achar uma música ruim ou ótima (sem ser discriminado por isso) e tem o direito de repudiar o que é comercial, mas o radicalismo com que algumas pessoas chegam a tratar do assunto é de assustar. Portanto, caro leitor, se você gosta da chacota, escute, dance se divirta, pois afinal as músicas e as festas estão ali para nos servir e não para servirmos a elas.



Como dizia na pulseira da rave PSYDE do ano passado, “Dance como se ninguém estivesse te olhando” ou nesse caso, “Escute como se ninguém estivesse ouvindo" !!!!



FONTE: http://www.baladaplanet.com.br

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

P.L.U.R...

P.L.U.R???

P(eace) Paz. A tranquilidade interior que está dentro de cada um de nós, apesar de nem sempre sermos capazes de encontrá-la. Quando a possuímos, passamos calma e serenidade a tudo e todos que estão à nossa volta.
L(ove) Amor. O sentimento incondicional de afeto que sentimos por algo ou alguém. Pela lei universal da ação-reação todo amor que você der a alguém será devolvido a você de alguma forma. Lembro que as duas primeiras letras do PLUR representam nada mais nada menos do que a base do ideal hippie de vida ( Paz e Amor).
U(nion) União. Apesar de todas as nossas diferenças, todos compartilhamos um conjunto comum de características: somos todos humanos, imperfeitos e dependemos uns dos outros para nossa sobrevivência. Com paz e amor, a união permite a você se relacionar com outras pessoas APESAR de suas diferenças, e até mesmo se enriquecer com esta troca de experiências.
R(espect)Respeito. Aqui temos que saber reconhecer e aceitar que somos diferentes, APESAR de nosso conjunto comum de características. Precisamos respeitar uns aos outros, a nós mesmos ( cuidando adequadamente de nosso corpo e mente) e até mesmo ao ambiente à nossa volta. Quem respeita não pixa, não agride, ajuda quando alguém precisa, não joga lixo no chão e zela pelo espaço a sua volta.
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A origem do termo P.L.U.R é controversa, mas acredita-se que tenha sido criado pelo DJ americano Frank Bones. Renomado Dj e considerado por muitos como o “o pai das Raves nos EUA”. Ele levou no ano de 1993 esse conceito à costa Leste americana, mais precisamente para Nova York, através de diversas grandes festas undergrounds que vieram a ser conhecidas como “Storm Raves”. Ao término de uma de suas apresentações, Bones explicou ao público do que se tratava a festa e em 4 palavras disse porque ele havia trazido a cena para Nova York: Peace, Love, Union and Respect. Quando ele terminou, toda a platéia chacoalhou as mãos no ar em completa união e a partir daí a sigla P.L.U.R estava criada. O P.L.U.R é uma sigla para uma espécie de filosofia de vida, que as pessoas tem a opção de seguir. Nessa filosofia de vida, seria preciso saber cultivar a paz individual e coletiva, cultivar sentimentos de carinho e amor para com o próximo, incitar a união entre todos e respeitar coisas, meio ambiente e outras pessoas, independente de credo, raça, religião, gostos e opiniões, etc. Tudo muito bonito, mas não resta apenas saber o significado da sigla, e sim é preciso saber, entender e tentar colocar esta filosofia em prática.
Mais dai vem a questão:
P.L.U.R
É realmente uma filosofia de vida ou totalmente papo furado????
Não sei nem quero saber...
eu sigo a filosofia e isto é que me interessa...
Agora para aqueles que axam isto bobagem...Paciência...
P.L.U.R sempre...
Pois é isto que nos conecta!!!

Um novo conceito na música pop eletrônica contemporânea, associando cores às suas músicas~~~> COLORTRONIC.


Colortronic é um projeto que mescla sons e cores numa abordagem em 4-D, tendo em mente que os timbres, os climas e as emoções de cada música resultam numa coloração própria. A música é muito mais do que apenas uma seqüência de sons - ela atinge todos os sentidos humanos. Tudo é som, toda materia é energia, que é vibração, e toda vibração é som, assim como todo som é vibração. Cada música tem sua própria "aura". Exemplos: o marrom é a cor associada à músicas tribais (madeira, paus, tambores, chão, terra); o vermelho é a cor da paixão, do sexo, por isso músicas com temática sexual são avermelhadas. Não existem notas diferentes, há apenas uma nota, e nesta nota estão todas as outras, apenas a vibração muda, somos nós que interpretamos essa vibração, e nosso cérebro converte em som. Sendo assim, somos música, melodia e som, por isso alguns de nós sentem de maneira tão intensa a música, sabemos disso interiormente e por isso a musica é tão importante para nós. É o processo de transformação que a música esta desencadeando em muitas pessoas.
Mas e daí? Que diferença faz afinal saber a cor de uma música ou parte dela? O que isso acrescenta?... Muitas coisas. Você pode entrar num estado emocional diferente, liberando outras portas de percepção, e podendo melhorar e até curar stress, depressão e ansiedade. Mas conseguir isso requer prática!Tudo acontece no plano mental, mas você até pode olhar algum papel ou qualquer coisa colorida pra ajudar. O texto diz "ver" as cores, mas na verdade você não vê com a visão física, você apenas "sente" que determinada cor pertence a uma frase melódica. E não depende de nenhum estimulante para ser feito...Também se pode sentir o cheiro das músicas. Algumas músicas têm um cheiro bem específico, são cheiros próprios, que nem devem existir na natureza. Outras lembram perfumes e incensos.

Que curtir um pouco o colortronic???...viaje no mundo das cores...

http://www.myspace.com/colortronic


isso ai...


beijossssss...

ComO Tudo começoOooU...


O trance começou a desenvolver-se no final dos anos 80 sob 3 principais influências: em primeiro o new wave / industrial music do Front 242, Einstruze Neubatten, Killing Joke; a segunda foi o eletronic techno disco de Detroit; a terceira e última foi a música psicodélica dos anos 70. O casamento de suances melódicas e harmonias complexas resultam em uma música mais alegre, com sons que induzem a um estado hipnótico, ou transe. Daí o nome trance. Há tantas divergências sobre como classificar os diversos estilos de música eletrônica quanto vertentes da mesma. Para o trance, por exemplo, temos o acid trance, goa trance, psychdelic trance, hard trance, progressive trance, entre outros.

Viajemos então pelo tempo até os anos 60 para um lugarzinho no mundo chamado Goa, na Índia. Nesta época, muitos dos chamados hippies migraram para este lugar. Não foram só eles que descobriram o paraíso, no final dos anos 60, Goa tornou-se uma praia para os freaks, estrelas do rock entre outros viajantes que se estabeleceram por lá. Agora imaginem esta cena no início dos anos 90: praia, natureza, diversidade cultural, aspectos da cultura hindu como as cítaras e meditação e... Goa Gil. Dá pra perceber o que aconteceu, né? Com influências vindas da Europa de sons eletrônicos mais pesados e densos e ritmos mais rápidos estava nascendo o que viria a ser conhecido como Goa Trance ou Psy Trance.

De Goa para o mundo. Nas mochilas de quem por lá passou, o trance viajou pelo mundo. Transformou-se, incorporou tendências, cresceu. Tornou-se um grande caldeirão com temperos da cultura xamã e do hinduísmo. Provocou nas pessoas uma busca e redescobrimento da mãe Terra. Deixou de ser um estilo musical para ganhar status de estilo de vida.

Transcenda, transe e dance. Dance em transe... Dance, dance e canse. Dance e pense. Isso é trance!!!


Os trancers reconhecem-se pelo olhar porque a luz que brilha nos seus olhos é a mesma que brilha nas estrelas, não resistem a mostrar aos outros as constelações dos céus e... dançam juntos quando chega a luz da madrugada. Um trancer olha nos olhos de um desconhecido, fala de amor à primeira vista,de almas gêmeas, defende idéias que parecem ridículas,
chora mágoas e decepções antigas, alegra-se com novas descobertas, diverte-se, brinca, é irreverente, faz perguntas inconvenientes,
diz tolices, disfarça-se de louco quando sofre de lucidez e...
dança com seus companheiros.

Já agiu muitas vezes incorretamente, já traiu e mentiu muitas vezes, já trilhou caminhos que não eram os seus e perde-se, vezes sem conta,em labirintos até recuperar novamente seu caminho,
já disse sim quando queria dizer não, já feriu os que mais ama, já foi a muitas festas e procurou a paz, a esperança e o amor na música, nos lugares, nos espaços, nos outros, nas drogas...

Um trancer cai nestes abismos muitas vezes, mas quando reune todas as suas forças para sair, descobre que é dentro de si que encontra o amor,a paz, a luz...
então vive a esperança de ser melhor do que é...

e dança enquanto caminha.
Senta-se num luhar tranquilo da floresta e procura não pensar em nada:
descança, contempla, presta atenção à sua respiração, ao voo do pássaro, ao aroma da flor e, conectando-se com a alma do universo, anda suavemente,sente que participa na dança universal e...
flutua enquanto dança.

No caminho que livremente escolheu, um trancer sabe também que tem que lidar com gente que não presta atenção às pequenas coisas, que não sabe que tudo é uma coisa só,
que cada ação nossa afecta todo o planeta, que cada pensamento nosso se entende muito para além da nossa vida, que cada minuto pode ser uma oportunidade para nos transformarmos,
que estamos no mundo não para combater o mal ou condenar e julgar o outro e...
dança enquanto ama.

Mas porque é um peregrino, um caminhante em busca espiritual, um mendigo do amor,
um trancer senta-se à roda da fogueira e dá as boas vindas aos estranhos. Usa a sua intuição e não desespera-se quando o acham louco ou a viver num mundo de fantasia.
Não tem certezas, mas sabe que nem todos os caminhos são para todos os caminhantes e...
ensaia novos compassos de dança.

E segue em frente e faz pontes entre o céu e a terra, entre a vida profana e a espiritualidade a que se aspira, entre o visível e o invisível,
entre o conpreensível e o indizível e então, pouco a pouco, outros se aproximam,reunem-se e iniciam o seu acaminho à volta dos seus ritos, símbolos e mistérios...
e dançam à roda da fogueira.

Um trancer conhece o silêncio como a linguágem do indizível, do que não se explica, apenas se sente.

Conhece também o poder das palavras e não é tagarela. Não quer parecer ser, ele simplesmente é. Não sabe donde veio nem para onde vai, mas sabe que está cá para amar.
O afecto e o carinho fazem parte da sua natureza tanto quanto respirar
e, porque busca o amor, um trancer arrisca mais que os outros.